Burnout: Sintomas, causas e como a TCC Pode Ajudar

Cansaço constante e falta de motivação? Entenda os sinais do burnout e como evitar o esgotamento mental.

Você já sentiu que, mesmo após uma boa noite de sono, ainda acorda exausto? Percebe que perdeu o prazer pelas atividades que antes gostava? Se sente irritado(a), desmotivado(a) ou com dificuldades de concentração? Tem dores de cabeça frequentes, problemas digestivos ou insônia?

Se você respondeu “sim” a algumas dessas perguntas, é possível que esteja enfrentando sintomas da Síndrome de Burnout — um estado de esgotamento físico e emocional relacionado ao trabalho. A boa notícia é que essa condição pode ser prevenida e tratada.

Neste texto, explico de forma clara:

  • O que é o burnout;

  • Quais são os principais sintomas;

  • Como diferenciá-lo do estresse comum;

  • E como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) pode ajudar na recuperação.

O que é Burnout?

A Síndrome de Burnout é um estado de exaustão extrema causado por estresse crônico no ambiente de trabalho. Ela surge quando a pessoa enfrenta demandas constantes sem tempo adequado de recuperação — o que esgota seus recursos físicos, emocionais e mentais.

Quem vive o burnout costuma se sentir cansado o tempo todo, sem motivação, com dificuldade de realizar até tarefas simples. E o mais importante: esse cansaço não melhora com o descanso.

🔎 A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o burnout como um fenômeno ocupacional, e não como uma condição médica. No entanto, seus impactos na saúde física e emocional são significativos, exigindo atenção especializada.

Principais sintomas do Burnout

De acordo com a OMS, o burnout se caracteriza por três dimensões principais:

  • Exaustão emocional: sensação persistente de cansaço físico e mental.

  • Despersonalização: distanciamento emocional em relação ao trabalho e às pessoas.

  • Baixa realização profissional: sentimento de ineficácia e frustração com o próprio desempenho.

Outros sintomas comuns:

  • Cansaço extremo e falta de energia;

  • Dificuldade de concentração e lapsos de memória;

  • Irritabilidade, impaciência e alterações de humor;

  • Desmotivação e perda de interesse pelo trabalho;

  • Dores de cabeça, tensão muscular e distúrbios gastrointestinais;

  • Insônia;

  • Isolamento social e dificuldade em se conectar com amigos e familiares.

Se esses sinais fazem parte da sua rotina, é fundamental buscar apoio. O burnout pode evoluir para quadros mais graves, como depressão ou transtornos de ansiedade, quando não tratado adequadamente.


Burnout x Estresse: qual a diferença?

É comum confundir burnout com estresse. No entanto, são condições distintas.

Estresse Comum Burnout
Temporário e pontual Prolongado e crônico
Melhora com descanso e mudanças pontuais Não melhora apenas com pausas
Reação adaptativa a uma pressão específica Resultado de sobrecarga constante sem tempo de recuperação

Enquanto o estresse pode fazer parte da vida cotidiana, o burnout exige intervenção profissional para que a pessoa recupere seu bem-estar físico e emocional.

Como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) pode ajudar?

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma das abordagens mais eficazes para o tratamento do burnout, pois atua identificando padrões de pensamento e comportamento disfuncionais que contribuem para o esgotamento, promovendo mudanças práticas e sustentáveis no dia a dia da pessoa.

Os principais focos da TCC no tratamento do burnout são:
  • Reestruturação cognitiva: ajuda a substituir pensamentos negativos e autocríticos por interpretações mais equilibradas e realistas.

  • Treinamento de habilidades de enfrentamento: ensina estratégias para lidar melhor com o estresse diário.

  • Organização da rotina: promove equilíbrio entre vida profissional e pessoal.

  • Regulação emocional: introduz técnicas de relaxamento, respiração consciente e práticas de mindfulness, reduzindo sintomas de ansiedade e tensão.

Dicas práticas para prevenir o burnout

Além da psicoterapia, algumas atitudes simples no dia a dia podem prevenir o burnout:

  • Estabeleça limites claros entre trabalho e vida pessoal.

  • Inclua atividades prazerosas na sua semana.

  • Aprenda a dizer “não”: respeite sua capacidade emocional e física.

  • Cuide do seu corpo: mantenha alimentação equilibrada e pratique atividade física regularmente.

  • Priorize o sono: noites mal dormidas aumentam o risco de esgotamento.

  • Utilize técnicas de relaxamento: como meditação, respiração profunda ou pausas conscientes.

Quando buscar ajuda?

Se o cansaço, a falta de motivação e os sintomas físicos ou emocionais estão prejudicando sua qualidade de vida, é hora de buscar apoio profissional. Com o suporte adequado, é possível se recuperar, retomar sua energia e resgatar o prazer pelas atividades do dia a dia.

Estou a disposição;

💬 Entre em contato e agende uma sessão. Cuidar da mente também é uma prioridade.

Abraços.

Referências

Foto de Mayara Borges

Mayara Borges

Sou psicóloga, terapeuta cognitivo-comportamental e gestora de recursos humanos, com certificação em inteligência emocional. Atualmente, estou me especializando em Psicopatologia para aprofundar ainda mais meu conhecimento na área. Desde criança, sempre gostei de ouvir as pessoas, mas foi no ensino médio que me apaixonei definitivamente pela Psicologia. Aos 16 anos, iniciei minha trajetória profissional em uma empresa multinacional e, no ano seguinte, conquistei uma bolsa de estudos para a graduação em Gestão de Recursos Humanos. Após concluir essa formação, ingressei na faculdade de Psicologia, onde encontrei minha verdadeira vocação. Durante minha jornada acadêmica, tive a oportunidade de estagiar em diversos contextos, como escolas, clínicas, CAPS e UBS, adquirindo uma visão ampla sobre a atuação psicológica. Após a graduação, iniciei meus atendimentos clínicos e, um ano depois, passei a integrar a equipe do Centro Integrado de Neurociências e Psicologia (CINPSI), sob a direção da Tatiane Sanches. Durante dois anos, conciliei minhas atuações em RH e Psicologia, até que decidi me dedicar integralmente à clínica, encerrando um ciclo de 12 anos na multinacional, onde atuei até a função gerencial. Atualmente, minha prática clínica é pautada em abordagens baseadas em evidências e neurociências, oferecendo atendimentos humanizados e eficazes para crianças a partir de 8 anos, adolescentes e adultos. Aqui, este espaço é um convite para refletirmos juntos sobre saúde mental, autoconhecimento e transformação. Vou compartilhar conteúdos sobre sintomas, diagnóstico, emoções e comportamentos, sempre com o compromisso de tornar a Psicologia mais acessível e aplicável ao dia a dia. Fique à vontade para interagir, tirar dúvidas e compartilhar experiências. Vamos juntos nessa caminhada?

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